Descoberta inocente


A cidade ainda está acordando. O ônibus para á beira da rodovia e a criança entra pela primeira vez.
Quando o veículo entra em movimento o pequeno ser nem tenta imaginar o que o espera, se atira imediatamente a espiar cada detalhe através da janela.
Estava prestes a descobrir o mundo.
Grandes plantações de todos os tipos de grãos, indústrias recém-abertas, comércio recém-chegado, gente recém-acolhida por essa terra de toda gente enchem os olhos da criança.
Está descobrindo o mundo.
Na cidade, nada de monumentos históricos ou grandes pontos turísticos, apenas pessoas trabalhando. A criança se vê confusa. Porque a maior cidade do norte, com o potencial de uma capital, tinha apenas pessoas trabalhando sem parar? Sem parar ao menos pra dizer: _Como essa cidade cresce!
O tempo vai passando e o mesmo ritual acontecendo. Uma xícara de café inicia mais um dia da criança que se tornou homem.
A beira da rodovia o homem entra no ônibus, não mais pela primeira vez.
A vista da janela mudou. Vê plantações muito maiores, também ruas cheias de lojas, grandes praças, gente andando em todo lugar.
A cidade ainda não parou para admirar sua grandiosidade, mas o homem já entende.
São 120 000 pessoas carregando nos ombros a tarefa de mover uma cidade para o desenvolvimento. Assim a cidade continua crescendo, conquistando respeito nacional, exportando mais do que a agricultura pode oferecer, encantando o mundo por estar no peito de um certo “Piloto Voador”.
Tudo isso para que essa terra continue sendo a cidade que não para de crescer, que aprende a caminhar por si própria, conquistando novos horizontes como se ainda fosse uma criança que descobre o mundo inocentemente.

Milene Cristina Alves Cantor

Crônica vencedora da etapa Regional em Curitiba nas Olimpíadas de Língua Portuguesa

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