ATIVIDADES DA TP5



ATIVIDADE DESENVOLVIDA COM OS PROFESSORES CURSISTAS EM SINOP – 02/09/2009

Partindo da observação da imagem abaixo, solicitei aos cursistas que me dissessem o que lhes viesse à cabeça, relacionado ao que estavam visualizando. À medida que iam dizendo eu anotava no quadro; então surgiram: antiga; sossegada; histórica; religiosa; restaurada; deserta; turística; interiorana; rica; apertada; irregular; inclinada; escura e simpática.
Com estas palavras solicitei então que os mesmos produzissem um texto de qualquer gênero utilizando as palavras anteriores, onde pudéssemos observar a existência da coerência e da coesão... Muitos no primeiro momento se esquivaram, outros disseram que agora entendiam o que seus alunos sentiam quando lhes era solicitado que fizessem uma produção textual, mas acabaram por fazê – la e o resultado fora interessante e riquíssimo como veremos a seguir:

Sonho Real

Certo dia meu pai chegou em casa e disse que faríamos uma viagem, pois todos lá em casa tinham acabado de sair de férias. Papai pegou alguns dias de licença no jornal em que trabalhava, mamãe tirou uma semana de descanso da escola onde lecionava e eu finalmente estava de férias do colégio onde estudava.
Assim, chegou o belo dia, acordamos todos bem cedo e já com as malas fomos para o aeroporto. Seria minha primeira viagem de avião e eu esperava anciosamente pelo vôo e também pelo destino, pois papai dissera que a cidade que visitaríamos seria uma surpresa.
Então lá estávamos nós dentro do avião, eu mal podia esperar aonde este aviãozão me levaria?! Um pouco cansada peguei no sono e acho que pela ansiedade fui levada a ter um lindo sonho. Sonhei que ao chegar ao destino das minhas férias, me deparei com um lugar diferenciado da cidade onde morávamos e fiquei espantada.
Essa cidade era branquinha, diferente, sossegada, parecia ser deserta pelo silêncio, suas ruas eram apertadas e inclinadas, esquisitas até, mas isso me chamava muito a atenção. Para eu, que havia vindo de uma grande capital, barulhenta e movimentada, parecia estar em uma cidadezinha interiorana, chegava a ser histórica pelo jeitinho de suas casas, antiga pelos formatos irregulares que apareciam nas paredes e por sua simplicidade de beleza, mas ao mesmo tempo rica em detalhes, eu tinha quase certeza, que seria uma cidade turística.
Quando eu caminhava pela pequena rua, ao longe vi uma igraja muito bela, que dava um ar especial ao lugarzinho, poderia ser uma cidade religiosa de habitantes religiosos. Essa igreja era restaurada e ás vezes me dava a impressão que não era de verdade.
Eu jamais estive em lugar tão encantador, mesmo em sonhos, até mesmo quando estive caminhando por aquelas ruazinhas escuras, eu conseguia achar a cidade muito simpática. Me dava a impressão que lá só havia uma pessoa, que era eu, sei que os meus olhos brilhavam e eu sentia uma paz muito grande, até que... ouvi um grito:
_ Maria, Maria, acorda minha filha!
E acordei assustada, era minha mãe, disse que já estávamos no hotel e que eu passei toda a viagem dormindo. Me levantei, molhei o rosto e saí na sacada no nosso quarto, quando meus olhos não acreditavam no que viram, entretanto meu coração entendeu. Era a cidade dos meus sonhos, com todos os detalhes que eu pude recordar até mesmo a igreja estava lá, linda e imponente e eu mal podia acreditar.
Falei para mamãe:
_ Vou descer e conhecer um pouco o lugar dos meus sonhos!
Minha mãe não entendeu nada e eu pasma da maneira que estava, não poderia lhe explicar.


Profª. Lidiane Galvão


Simplicidade

Domingo que é domingo tem cara de domingo! Sabe como se percebe isso? É só você estar numa antiga cidade interiorana, daquelas sossegada, de rua apertada, deserta e irregular.
Viver bem o primeiro dia da semana é como você visitar uma cidade histórica ou turística, onde pode se ver uma igreja restaurada que nos faz ter certeza da fé religiosa do local.
É também andar por uma ruela inclinada e observar a simpática cor do ambiente que, às vezes, se torna escura, dependendo da inclinação do sol.
Esta sim é uma cidade rica que nos permite descansar da agitada semana, dos problemas, da falta de paz... E passar um só dia num lugar como este é descobrir que o belo surge das coisas menos admiradas na vida: a simplicidade!


Prof. Carlos Alexandre Manoel

Minhas Férias

A redação deste ano das minhas férias será sobre uma cidadezinha que conheci num dia chuvoso. Foi o primeiro dia da minha viagem, minhas expectativas eram as melhores, mas esse dia não me deixou boas lembranças.
Bem, vou descrever esse lugar. Chegamos bem cedo, o Sol ainda não havia nascido. O ônibus parou, descemos. A vila estava deserta, mesmo se tratando de uma vila turística, onde pessoas de todos os lugares estariam transitando, curiosas para conhecerem a antiga casa do Senhor de Engenho, o museu histórico que trazia toda a história religiosa desse lugar e a simpática mercearia, restaurada com muita dedicação.
Subimos por uma rua apertada, onde os paralelepípedos eram todos irregulares e avistamos ao longe uma senhora sentada sossegada em sua cadeira de balanço. As crianças cansaram. Sentamos e percebemos que alguns prédios estavam inclinados. Esse ar interiorano trazia lembranças da minha infância. Uma mulher se aproximou e perguntou:
_ Por acaso vocês são de Vila Rica?
Respondemos que não, ela se distanciou e voltamos para o ônibus. A simpática guia nos levou ao hotel onde ficaríamos hospedados.
O dia estava escuro e sinceramente, não havia sido bom. Queria conhecer esta cidade, mas em um dia com muito Sol!


Margot K. Berti


A CIDADE


Quando falamos em cidade muitas coisas vem em nossa mente, pensamos em diversos tipos como: moderna, barulhenta, calma, limpa, agradável, etc.A que eu vejo agora a minha frente na fotografia é uma cidade antiga e histórica pelo modelo de suas construções, seus casarões e suas igrejas. Podemos perceber assim, que também se trata de uma cidade religiosa e turística.
As ruas apertadas e desertas nos mostram uma cidade interiorana, porém rica, situada em uma região inclinada o que tornou suas casas e ruas irregulares e escuras.
Portanto, pela sua beleza e limpeza nota – se que ela foi restaurada há pouco tempo.


Márcia Oening

Encontro dos Formadores do GestarII





Narradores de Javé

Ficha Técnica

Título Original: Narradores de Javé
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2003
Estúdio: Bananeira Filmes / Gullane Filmes / Laterit Productions
Distribuição: Riofilme
Direção: Eliane Caffé
Roteiro: Luiz Alberto de Abreu e Eliane Caffé
Produção: Vânia Catani
Música: DJ Dolores e Orquestra Santa Massa
Fotografia: Hugo Kovensky
Direção de Arte: Carla Caffé
Edição: Daniel Rezende
Sinopse
Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.
Narradores de Javé, um filme sobre memória, História e exclusão
Por Marta Kanashiro
Se fosse possível colocar uma trilha sonora para esta resenha do filme Narradores de Javé certamente ela não poderia ter a cadência dramática e sóbria que em geral é usada em filmes sobre o sertão nordestino. A sutileza, as ironias e os momentos tragicômicos de Narradores de Javé só podem mesmo ser embalados pelo som eletrônico-regional-pulsante de DJ Dolores, responsável pela trilha sonora do filme. É nesse clima que se dá abertura para o espectador vislumbrar a importância dos sujeitos na História e as soluções e saídas para o sofrimento do sertão.
O longa dirigido por Eliane Caffé, reúne tantos elementos interessantes para discussão, que é difícil eleger os que devem ocupar o espaço de uma resenha. Além disso, os oito prêmios recebidos pelo filme apontam a qualidade com que foram abordados esses elementos. Muitos temas relacionados com a História estão presentes: a história oral, a oficial, sua cientificidade, o limiar com a literatura, o vídeo e o próprio cinema, diferentes suportes para a História, diferentes olhares e intercâmbios, a busca de uma "verdade", teoria e método. Esse segundo filme da cineasta (o primeiro foi Kenoma-1998), trata de um povoado fictício (Javé), que está prestes a ser inundado para a construção de uma hidrelétrica. Para mudar esse rumo, os moradores de Javé resolvem escrever sua história e tentar transformar o local em patrimônio histórico a ser preservado.
O único adulto alfabetizado de Javé, Antônio Biá (José Dumont) é o incumbido de recuperar a história e transpor para o papel de forma "científica" as memórias dos moradores. Ironicamente, Biá, que havia sido expulso da cidade por inventar fofocas escritas sobre os moradores, é o escolhido para escrever o "livro da salvação", como eles mesmos chamam. O artifício de "florear" e inventar fatos locais já era usado pela personagem para aumentar a circulação de cartas, obviamente escassas no povoado, e manter em funcionamento a agência de correio onde ele trabalha. Escrever a história de Javé e salvá-la do afogamento é sua oportunidade de se redimir. E a redenção parece ter que se dar justamente aflorando seu lado mais condenável. "Bendita Geni", pois é justamente a capacidade de Biá de aumentar as histórias que traz à tona o papel do historiador interferindo na História, reunindo relatos, selecionando-os, conectando-os de forma compreensível.
Na coleta do primeiro relato "javélico", Biá diz à sua "fonte": "uma coisa é o fato acontecido, outra é o fato escrito". Esse pequeno conjunto de elementos já é suficiente para apontar a isenção e a imparcialidade impossíveis à História e ao historiador. O filme se desenrola com a difícil tarefa para Biá: reunir uma história a partir de cinco versões diferentes - uma multiplicidade de fragmentos, memórias incompatíveis entre si. O personagem se vê entre essa impossibilidade e um futuro/progresso destruidor e irremediável.
Nas várias versões os heróis são alterados conforme o narrador. Assim, na versão relatada por uma mulher do povoado, a grande heroína entre os fundadores de Javé é Maria Dina. Na versão de um morador negro, o herói principal também é negro e chama-se Indalêo. Assim, ao mesmo tempo que o filme nos diz da interferência do narrador na história, também fala sobre os excluídos da "história oficial" (a dos livros didáticos).Na narração sobre Indalêo surge a oralidade da memória - como praticada por culturas milenares. O narrador negro canta a história em seu dialeto africano, quase num êxtase profético, que nos remete tanto aos gregos como aos xamãs. As divisas cantadas, que são as fronteiras de Javé pronunciadas em canto, também são um outro exemplo da aparição desse elemento no filme. O canto demarca uma terra (Javé), que está sendo disputada, e é o canto que legitima sua posse, não um documento escrito. Da mesma forma, são as versões orais que podem tornar esse espaço de terra patrimônio histórico.
De forma sintética, todo o filme fala de uma disputa entre a história oficial e aqueles excluídos dessa história, assim como, entre a oralidade e a escrita. Em outro momento, uma das moradoras de Javé argumenta perante uma câmera digital que a hidrelétrica não poderia ser construída lá onde estavam enterrados seus antepassados e seus filhos que morreram. Eles não poderiam ficar embaixo d'água. De forma sutil, a cena introduz no filme essa questão fundamental do patrimônio imaterial, a cultura, e os laços diversos que podem existir com um pedaço de terra. A cena remete ao filme de Werner Herzog, "Onde sonham as formigas verdes" (1983), no qual também trava-se uma disputa em torno de uma área de terra. No caso, uma tribo aborígene defende a sacralidade da terra onde estão seus antepassados e onde sonham as formigas verdes, diante da construção de uma companhia de mineração; uma representação dos avanços da sociedade branca, industrial.
A problemática da destruição de um grupo étnico, sua memória, cultura, religião, modo de vida, é uma história bem comum nesses nossos 500 anos, e o filme de Eliane Caffé também se destaca por essa inclusão.Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. “Essa tempestade é o que chamamos progresso”. (Benjamin 1985:226).
Entre a multiplicidade de versões que ecoam em seus ouvidos, a arbitrariedade da interferência e a necessidade de produzir algo convincente para salvar Javé, Antônio Biá entrega um livro em branco para a população. Cobrado e acuado por todos no meio da rua, Biá sai aos berros andando de costas. O gesto remete a uma outra passagem do filme em que se diz que essa atitude demonstraria coragem, seria um recuo e não uma fuga. Mas a mesma imagem pode ir além disso, quando se pensa no "anjo da história" de Walter Benjamim (veja quadro ao lado).
Biá, assim como o anjo, caminha olhando o passado a ser "destruído" irremediavelmente pelo futuro, pelo progresso, pela hidrelétrica. E esta, "responsável" pela transformação do sertão em mar, afogará a memória, a cultura local e os antepassados.
Narradores no plural
Vale destacar as dimensões e os infinitos níveis das interferências que os narradores podem ter na História. Todo o caso de Javé - a história que não é escrita por Biá - é narrado por Zaqueu (Nelson Xavier), que tenta distrair um viajante num bar a beira de um rio. Durante todo o tempo em que o caso ocorreu, Zaqueu não estava presente no povoado, pois sai para buscar mantimentos. Isso nos faz supor que sua versão já é fruto de uma série de outras versões, e abriga toda a interferência dessas múltiplas narrações, inclusive a dele mesmo. Ao mesmo tempo, a história que Biá não consegue escrever está contada, mas em outro suporte, na narração de Zaqueu, que é o próprio filme.A própria filmagem de Narradores de Javé sinaliza o grau de intercâmbios entre presente, passado e futuro na construção da História. Os dois mil moradores de Gameleira da Lapa (locação do filme) estavam sem coleta de lixo há onze anos e foram incentivados a não apenas recolher o lixo como a separá-lo para reciclagem. Com tudo isso, a população local passou a exigir dos órgãos competentes a coleta seletiva, o que deu início a um processo para trocar o nome da cidade de Gameleira da Lapa para Javé. Certamente o filme deu mais conta da História e seus Sujeitos do que esperava.

RELATÓRIO DA TP4


O Tp4 foi realizada dentro do previsto. Nesta oficina comecei com o filme Narradores de Javé; Fiz alguns informes sobre a ficha técnica do filme e levantei alguns conhecimentos prévios sobre o titulo e começamos a assistí-lo, numa descontração total ouvia – se muitos risos durante a exibição do mesmo, e logo depois uma boa discussão.
Apresentei a seguinte proposta para a análise do filme: O que significa fazer o “papel de escriba”? Qual o papel do escriba naquela comunidade? Analise dos traços de oralidade daquela comunidade. Analise do processo de construção da escrita do personagem que faz o papel de escriba. Qual a relação entre oralidade e escrita? Analise das práticas de letramento daquela comunidade. Como o cursista percebeu a relação entre ser alfabetizado e ser letrado no contexto do filme? Em que atividades práticas, no contexto da sala de aula, ele exerce o papel de escriba. Qual a importância do escriba na construção da leitura e da escrita?
Uma das situações que chamou a atenção de todo o grupo foram as colocações feitas de que os seus alunos não lêem, e que quando lêem não compreendem o texto. Começamos a relatar os nossos Avançando na Pratica... Os mais escolhidos foram, a ordenação dos parágrafos, Admirável mundo Louco e o diário... Tivemos uma ótima troca de experiências neste momento, cada professor falou como havia aplicado a atividade na sala e como foi o aproveitamento dos alunos...
Quando todos analisaram as atividades do avançando na prática dentro da sala de aula perceberam a necessidade da leitura como processo básico da produção, O ler, o interpretar, o compreender e o produzir tem que ser um exercício diário na sala de aula por todos e isso faz com que outras disciplinas percebam que não só o professor de língua portuguesa deverá ensinar o letramento.
Por tratar dos Processos de leitura e escrita, por ser uma ação que faz parte do nosso cotidiano, percebi que muitos cursistas apresentaram certa dificuldade para compreender a questão do letramento então, foi sugerida a leitura do texto “Por que meu aluno não lê?” para uma nova discussão acerca do assunto por ora trabalhado.
Uma das atividades que mais fora comentada foi a confecção de convites para as festas, pois, envolvera todos os alunos e, principalmente porque houve a valorização do conhecimento prévio. Encerramos as oficinas com avaliação das atividades desenvolvidas e estudadas como, por exemplo: Considere seus conhecimentos experenciais e o estudo realizado da TP4, Unidades 14 e 15 e faça um relato sobre:
1. Você tem trabalhado com o letramento com seus alunos? Dê que forma?
2. Quais são ainda as suas dificuldades para trabalhar com a leitura e a escrita em sala de aula de forma significativa para os alunos?