Dia Nacional da Consciência Negra

O dia 20 de novembro é dedicado a Zumbi dos Palmares, líder da luta contra a escravidão no Brasil. Hoje, o dia da Consciência Negra, é comemorado em vários Estados brasileiros e mais de 700 municípios; A data comemorativa foi instituída em território nacional pela lei nº 10.639, de janeiro de 2003. A mesma lei tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas.
Além da morte de Zumbi em 1695, após ser denunciado por um companheiro, capturado pelos portugueses e assassinado pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, o dia também marcou o fim do Quilombo dos Palmares, o maior do país, em Alagoas. O local chegou a abrigar mais de 30 mil negros.

Algumas reflexões....

*E a 11.645/08, a quantas anda?
*E o Estado de Mato Grosso, como está vendo o NEGRO hoje?
*O que mudou depois de todas estas leis? Evoluímos ou continuamos estagnados no processo histórico social?
*Como está sendo vista a mulher negra no contexto social? Garantiram – lhe seus direitos?

Momento receita

Aprenda a fazer este prato típico da culinária afro-brasileira.

Moqueca de ovos


Ingredientes:


- 5 ovos
- ½ xícara de azeite de dendê
- 150 gramas de camarão pré-cozido
- 1 cebola média cortada em rodelas
- 2 tomates cortados em rodelas
- 2 xícaras de leite de coco
- 1 colher de sopa de cebola ralada
- 1 colher de alho amassado
- cheiro verde a gosto
- pó de camarão (a casca triturada do camarão defumado)

Preparo:

*Numa frigideira funda, coloque o azeite de dendê, o alho e a cebola ralada e mexa até dourar. Despeje o leite de coco e os cinco ovos.
*Coloque o pó de camarão, para temperar, e depois os camarões inteiros. Em seguida, adicione a cebola, o tomate e o cheiro verde.
*Espere até os ovos fritarem e desligue o fogo. A moqueca fica pronta em apenas 5 minutos.

Fatos históricos que ocorreram com Negros - Novembro

01 - É criado o Bloco Afro Ilê Ayiê, Salvador, BA/ 1974
01 - Morte do escritor Lima Barreto / 1922
04 - O MNU declara o 20 de novembro Dia Nacional da Consciência Negra / 1978
10 - O governo Médici proíbe em toda a imprensa notícias sobre índios, esquadrão da morte, guerrilha, movimento negro e discriminação racial / 1969
11 - Independência de Angola / 1975
11 - Independência do Zimbabwe /1980
19 - Nascimento de Paulo Lauro - primeiro prefeito negro de São Paulo, SP / 1907
19 - Publicação de despacho de Rui Barbosa ordenando a queima de livros e documentos referentes à escravidão negra no Brasil
19 - Lançamento do primeiro volume de Cadernos Negros /1978
20 - Morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares /1695
20 - Dia Nacional da Consciência Negra
20 - O grupo gaúcho Palmares declara o 20 como Dia do Negro / 1975
24 - Nascimento, em Santa Catarina, de Cruz e Souza, o maior poeta simbolista brasileiro / 1861

Filmes que abordam a temática étnico-racial

A cor púrpura (Dirigido por Steven Spielberg, 1995)
A encruzilhada (Dirigido por Walter Hill, 1986)
A hora do show (Dirigido por Spike Lee, 2000)
Adivinhem quem vem para jantar (Dirigido por Stanley Kramer, 1967)
As filhas do vento (Dirigido por Joelzito Araújo)
Atlântico negro - Na rota dos orixás (Dirigido por Renato Barbieri)
Crooklin: uma família de pernas pro ar (Dirigido por Spike Lee, 2006)
Cruz e Souza – poeta dos desterro (Dirigido por Sílvio Back)
Em defesa da honra (Dirigido por Bill Duke)
Família Alcântara (Dirigido por Lilian e Daniel Solá Santiago, 2007)
Faça a coisa certa (Dirigido por Spike Lee, 2002)
Feiticeiros da palavra (Dirigido por Eduardo Coutinho, 2001)
Fugindo do inferno
Homens de Honra (2007)
Hotel Ruanda (Dirigido por Terry George, 2006)
Kiriku e a feiticeira (Dirigido por Michael N’Dour)
Mississipi em chamas
O povo brasileiro (Dirigido por Isa Ferraz)
O que é Movimento Negro? (Documentário, 1998)
O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas (Dirigido por Paulo Caldas e Marcelo Luna, 2000)
Ori (Dirigido por Raquel Gerber, 1989)
Retratos do Vale (Dirigido por Luiz Bargmann, 2002)
Uma onda no ar (Dirigido por Helvécio Ratton)
Xica da Silva (Dirigido por Cacá Diegues)

Candomblé, afinal o que é?

Jairo Santiago
Professor Doutor em Comunicação
/ECO/UFRJ

Desde o século XVI milhões de negros vindos da África chegaram à costa brasileira, são de diversas etnias, que, mesmo considerada a diversidade cultural, comungam do fato de terem perdido as referências territoriais e comunitárias.

Restavam-lhes apenas os valores e princípios que demarcavam sua visão de mundo.
Esse grupo utiliza as mais diversas formas e táticas de sobrevivência.
Importante que se diga, que não se tratava apenas de uma sobrevivência espiritual, mas principalmente do corpo, de uma forma de viver.
Diante da adversidade da escravidão, era preciso recompor as referências perdidas. A religiosidade se prefigurou como um dos caminhos possíveis nessa empreitada, e o Candomblé, dentre outras manifestações religiosas se singularizou na manutenção de valores e princípios negros na diáspora. O Candomblé em sua expressão de maior magnitude, a comunidade-terreiro, permitiu a recriação de laços comunitários e territoriais aniquilados com a escravidão.

Mas afinal o que é Candomblé?

Em primeiro lugar se faz necessário pensar que se trata de uma poderosa síntese que se processou em território brasileiro, sendo assim resultado de um longo e doloroso processo histórico, no qual os negros escravizados e, posteriormente os libertos, tecem laços comunitários e territoriais, consideradas as diversidades adversidades. O negro se moveu, resistiu, se comunicou entre os fios da rede da repressão.
Entender essa tensa rede de acordos e enfrentamentos, de avanços e retrocessos, de disputas e acertos internos é o longo caminho para se compreender o que é o Candomblé. Nesse sentido, se lança mão aqui de uma metáfora para se tentar chegar a um primeiro entendimento do que seja candomblé, ou pelo menos uma de suas traduções possíveis:
Imagine que uma pessoa viaja até a África e que lá chegando conhece um determinado prato da culinária local, interessando-se pelo referido prato, solicita a receita e descobre que alguns dos ingredientes não existem no Brasil, e, mesmo assim, consegue os ingredientes e volta ao Brasil, onde resolve reproduzir o prato, mas se propõe a algo mais, ou seja, resolve inventar um novo prato, que embora contenha ingredientes africanos não lembra nenhum prato conhecido na África.
Portanto é um prato brasileiro. Assim é o Candomblé, pois mesmo considerados os elementos simbólicos e religiosos africanos (ingredientes) é resultado do processo histórico na diáspora, é síntese da inventividade dos partícipes. As palavras inventividade e recriação são fundamentais à compreensão do papel do negro escravizado ou liberto na diáspora.
O Candomblé agrega territorialmente elementos que no território africano eram dispersos e objeto de cultos locais e até isolados. Muniz Sodré nesse sentido afirma:
Do lado dos ex-excravos, o terreiro de (de candomblé) afigura-se como a forma social negro-brasileira por excelência, por que além da diversidade existencial e cultural que engendra, é um lugar originário de força ou potência social para uma etnia que experimenta a cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e de sua originalidade diante do espaço europeu, obtêm-se traços de fortes subjetividade histórica das classes subalternas no Brasil (SODRÉ.1988,p.18)
Retomando o conceito de comunidade-terreiro, percebe-se que a mesma implica além da junção de elementos dispersos e distantes, uma nova concepção de comunidade, que agrega vivos e mortos, implica em uma relação de troca entre os vivos e os ancestrais, entre deuses e seres humanos, implica ainda em uma visão de ser humano que negocia com os deuses e ancestrais uma boa vida na terra, uma vida alegre, criativa e em constante movimento, pois para o Candomblé nada é estático, tudo é movimento, tudo é troca constante.
A idéia de movimento remete a um dos elementos mais importantes do Candomblé, que a figura de Exu, senhor do movimento sem fim, é responsável pela existência dinâmica da realidade, tudo muda, seres humanos, árvores, pedras, todos são parceiros em uma relação que é dada pela dimensão de um jogo cósmico. As possibilidades vão sendo construídas e destruídas o tempo todo. O segredo da regra do jogo encontra-se na palavra acerto, ou seja, acertar um ponto, fechar um acordo, alterar uma situação, enfim simular e dissimular a realidade. Uma grande figura do Candomblé, o professor Agenor Miranda da Rocha , dizia com propriedade: Candomblé é um sistema cuja base é Exu.
Assim sendo, na impossibilidade de um ponto fixo de referência, e de uma conversão à uma verdade eterna e imutável, como caminha a civilização ocidental
desde Platão, o Candomblé acena sempre com a possibilidade de se mudar o mundo e o destino. Busca-se enganar a morte, nem que seja por uma vez. O candomblé não se prefigura como um espaço de conversão à uma única verdade. Pertencer a uma comunidade-terreiro não exige o pressuposto da adesão a verdade, basta estar ali. Em uma festa ou cerimônia pública não se pergunta se a pessoa acredita ou não na divindade presente, ou nos princípios ali vigentes.
Os deuses existem independentemente da fé. Deve se entender Candomblé como um espaço de enfrentamento do projeto universalista da civilização ocidental. Na comunidade-terreiro o homem é capaz de estabelecer uma relação de troca sem que sobre um resto a ser apropriado economicamente e em favor de algum grupo
dominante .
A comunidade-terreiro recria a referência territorial-comunitária perdida em razão da escravidão. Os negros e seus descendentes reconstituem possibilidades de enfrentar o mundo que lhes é hostil e adverso.

Candomblé e Modernidade – considerações finais

O Candomblé, embora não se possa dizer que esteja fora da modernidade, implica em pontos de enfrentamento a esse projeto de ocidentalização do mundo pela lógica do mercado. Alguns aspectos da comunidade-terreiro apontam na direção de negar a modernidade. Entre esses pontos podem ser destacados: a relação com o corpo, que deixa de ser uma mercadoria, a impossibilidade da reprodução ad infinitum dos bens, a relação com o tempo e com o espaço.
A crença na palavra do pai fundador que se traduz no culto à ancestralidade, o reforço do sentido coletivo do agir humano que se choca frontalmente com o individualismo moderno; a crença no movimento constante da vida e dos homens, a crença na palavra e a desnecessidade de contratos escritos para garantir o cumprimento de um acordo e finalmente a negação de um dos sentidos da existência, a noção de axé. Para os adeptos do Candomblé a vida é um ato de alegria que se perpetua entre os parceiros do cósmico. Mas viver o hoje não implica uma visão pós-moderna de vida, um imediatismo infrutífero, mas sim, uma relação de ética comunitária, a felicidade de um deve estar imbricada com a felicidade de todos. Afinal isto é Candomblé.

Referências Bibliográficas

SODRÉ,Muniz, A verdade seduzida: Por um conceito de cultura no Brasil: Rio de Janeiro,CODECRI, 1983.
___________, O terreiro e a cidade: A forma social brasileira, Petrópolis: Vozes,1988.
..

SINOP EM DESTAQUE

A cidade de Sinop mais uma vez marca um gol de placa.
Desta vez, falo do aluno do 6º ANO do Ensino Fundamental da EMEB Professor Jurandi Liberino de Mesquita, Antonio Vinícius Carvalho Barbalho; aluno da Professora Lia Goedert Borges Monteiro que depois da sagrar – se vencedor da 1ª fase na unidade escolar em que estuda, e a 2ª fase no município, partiu para Fortaleza onde venceu também a fase regional, e se classificou para a finalíssima das Olimpíadas de Língua Portuguesa em Brasília nos próximos dias. O Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Sinop, CEFAPRO, parabeniza o aluno pela conquista alcançada.
Parabéns também à Professora Lia Goedert pela dedicação e desempenho no processo de construção na produção textual do gênero POEMA trabalhado com toda sua turma e que culminou com o destaque do aluno Antonio Vinícius, categoria esta disputada e vencida em Fortaleza.
Mais uma vez, comprovando o que dissemos anteriormente, todos somos capazes desde que queiramos fazer a diferença, e que com dedicação e empenho podemos construir uma Educação de qualidade e dar um olé na evasão escolar e um carrinho no analfabetismo.
Agora só nos resta desejar boa sorte na fase final das Olimpíadas aos representantes do município de Sinop, que estarão representando o Estado de Mato Grosso na etapa nacional em Brasília/DF; O aluno ANTONIO VINICIUS CARVALHO BARBALHO, do 6º ANO do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Ensino Básico PROF JURANDIR LIBERINO DE MESQUITA na CATEGORIA POEMA e a aluna MILENE CRISTINA ALVES CANTOR, do 9º ANO do Ensino Fundamental da Escola Estadual PROFESSORA EDELI MANTOVANI na CATEGORIA CRÔNICA.

Descoberta inocente


A cidade ainda está acordando. O ônibus para á beira da rodovia e a criança entra pela primeira vez.
Quando o veículo entra em movimento o pequeno ser nem tenta imaginar o que o espera, se atira imediatamente a espiar cada detalhe através da janela.
Estava prestes a descobrir o mundo.
Grandes plantações de todos os tipos de grãos, indústrias recém-abertas, comércio recém-chegado, gente recém-acolhida por essa terra de toda gente enchem os olhos da criança.
Está descobrindo o mundo.
Na cidade, nada de monumentos históricos ou grandes pontos turísticos, apenas pessoas trabalhando. A criança se vê confusa. Porque a maior cidade do norte, com o potencial de uma capital, tinha apenas pessoas trabalhando sem parar? Sem parar ao menos pra dizer: _Como essa cidade cresce!
O tempo vai passando e o mesmo ritual acontecendo. Uma xícara de café inicia mais um dia da criança que se tornou homem.
A beira da rodovia o homem entra no ônibus, não mais pela primeira vez.
A vista da janela mudou. Vê plantações muito maiores, também ruas cheias de lojas, grandes praças, gente andando em todo lugar.
A cidade ainda não parou para admirar sua grandiosidade, mas o homem já entende.
São 120 000 pessoas carregando nos ombros a tarefa de mover uma cidade para o desenvolvimento. Assim a cidade continua crescendo, conquistando respeito nacional, exportando mais do que a agricultura pode oferecer, encantando o mundo por estar no peito de um certo “Piloto Voador”.
Tudo isso para que essa terra continue sendo a cidade que não para de crescer, que aprende a caminhar por si própria, conquistando novos horizontes como se ainda fosse uma criança que descobre o mundo inocentemente.

Milene Cristina Alves Cantor

Crônica vencedora da etapa Regional em Curitiba nas Olimpíadas de Língua Portuguesa

MAIS UMA CONQUISTA DE MILENE

O Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Sinop, CEFAPRO, parabeniza a aluna MILENE CRISTINA ALVES CANTOR do 9º ANO do Ensino Fundamental da Escola Estadual PROFESSORA EDELI MANTOVANI, aluna da Professora SIDINEI DE OLIVEIRA CARDOSO que venceu mais uma etapa nas Olimpíadas de Língua Portuguesa, em Curitiba na semana passada na CATEGORIA CRÔNICA.
Ressaltamos então que todos somos capazes desde que queiramos fazer a diferença. Faz-se necessário participar, interagir, comunicar, e o trabalho desenvolvido pela Professora Sidinei de Oliveira com a aluna Milene Cristina, neste momento está fazendo esta diferença, pois seu trabalho está sendo reconhecido não só pelos munícipes, mas repercutindo também no Estado de Mato Grosso e no país.
Ambas retornaram de Curitiba/PR neste sábado para o município de Sinop/MT, e foram lindamente recepcionadas pelos alunos e Profissionais da Educação que atuam na Unidade Escolar que representam até mesmo com uma banda musical e cartazes.
Parabéns á iniciativa dos gestores e alunos da Escola Edeli Mantovani, é de exemplos assim que a Educação está precisando para se sentir valorizada.
Desta forma, para o ano de 2011, não haverá o concurso das Olimpíadas, contudo os estudos sobre gêneros estarão acontecendo; Esta Formação já está prevista no calendário do MEC, e todos aqueles (as) que trabalham com Língua Portuguesa devem estar se organizando para os estudos que em breve estarão acontecendo.
Os Professores do CEFAPRO também estarão realizando esta formação para atuar nos municípios do pólo que atende, e estará se colocando á disposição para realizar estes estudos aprofundando este entendimento sobre gêneros textuais.